Quer seja marcando presença nos pontos de vacinação contra a Covid-19, nas Unidades de Pronto Atendimento (inclusive dando apoio às equipes médicas) ou mesmo atuando na repressão às festas clandestinas e nas Ações Integradas de Fiscalização Urbana (Aifu), os guardas municipais são mais um grupo de trabalhadores fundamentais no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. E em Curitiba, o número de agentes que contraíram Covid-19 espanta.
Segundo dados do Sindicato dos Guardas Municipais de Curitiba (Sigmuc) e da Federação Nacional de Sindicatos de Guardas Municipais (Fenaguardas), desde o início da pandemia cerca de 500 guardas que atuam na capital paranaense tiveram de ser, em algum momento, afastados do trabalho por terem testado positivo para o novo coronavírus. Considerando que o efetivo da corporação no município é de 1.578, temos um cenário no qual praticamente um em cada três agentes contraiu a doença pandêmica.
Atualmente, inclusive, dois guardas municipais estão internados em estado grave em estabelecimentos de saúde da capital paranaense, um deles intubado. O número de mortes entre os agentes na cidade, por outro lado, é de quatro, enquanto no Paraná todo já são seis guardas municipais da ativa que perderam a vida para a Covid-19. A informação oficial do município, porém, é de três óbitos de guardas municipais da ativa – a quarta morte contabilizada pelo sindicato é a de Odgar Nunes Cardoso, que segundo a Secretaria Municipal de Defesa Social já havia se aposentado como guarda e faleceu enquanto atuava como superintendente da Defesa Social, um cargo comissionado.
“A nível Brasil, temos 115 situações efetivamente comprovadas e 33 notificações que estamos em processo de confirmação. São 148 mortes de guardas em todo o país”, destaca Soldani, explicando ainda que nas últimas semanas houve uma escalada de ocorrências. “Em São Paulo, por exemplo, tivemos recentemente quatro GM falecendo em 48 horas. Os guardas, além das funções que já exerciam antes da pandemia, agora ainda fazem as medidas preventivas, dispersando aglomerações, festas clandestinas, e tudo isso nos expõe ainda mais. Diferentemente dos profissionais da saúde, não fomos vacinados e não recebemos EPI com a mesma qualidade e intensidade que eles”, desabafa.