Dezenas de guardas civis municipais de Belo Horizonte concluíram nesta quarta-feira (27) o Programa de Abordagem em Violência Doméstica para atender mulheres em situação de vulnerabilidade. A formação faz parte de um programa de extensão da Faculdade de Medicina da UFMG, que visa proporcionar um atendimento acolhedor e humanizado às mulheres em situação de violência, como detalhou a coordenadora do projeto, Marília Faleiro.
“O objetivo desse curso foi discutir e refletir sobre as ações que já desenvolvemos, fazer trocas e aumentar o conhecimento das ações para que as abordagens sejam mais efetivas”, disse a professora.
Segundo ela, a intersetorialidade entre os órgãos ajuda a promover um atendimento mais completo e eficaz às vítimas.
“A gente viu e discutiu a necessidade do atendimento ser intersetorial. Ninguém vai cobrar da GM um atendimento em saúde e ninguém vai cobrar do profissional da saúde um atendimento específico de segurança. A gente precisa estar alinhado para não revitimizar a mulher, nem desincentiva-la a prosseguir com uma denúncia, nem obrigá-la a fazer a denúncia, pelo contrário, fortalecer a autonomia dela, pois muitas vezes, se o atendimento for abrupto, por piorar a situação da mulher. Conhecendo uns aos outros, a gente consegue articular esse atendimento”, completou.
De acordo com dados da Guarda Civil Municipal, desde a criação do Grupamento de Proteção à Mulher Guardiã Maria da Penha, em abril de 2023, já foram prestados 125 atendimentos de apoio e acolhimento a vítimas da Lei Maria da Penha (incluindo transporte da vítima até a delegacia e retorno à casa, com proteção, para buscar objetos pessoais/ transporte da vítima com filhos pra casas de proteção/fiscalização do cumprimento de medidas protetivas etc).
Desses, 41 atendimentos tiveram origem em solicitações feitas pela Delegacia da Mulher, 13 foram originados a partir de atendimentos às vítimas feitos em Unidades de Pronto Atendimento (UPA),, 12 decorrentes de agressões em vias públicas flagradas pela patrulha da Guarda Municipal. Os demais, de situações variadas.
Em menos de dois anos como agente da Guarda Municipal, o Maximiliano já enfrentou diversas situações envolvendo mulheres em situação de violência. Como um dos formados do curso, ele afirma se sentir mais preparado para acolher às vítimas.
“Eu atuo em Centros de Saúde da capital, e não é raro chegar mulheres em situações assim. Agora, com o curso, o acolhimento será diferenciado, acredito que vou ser capaz de ajudar mais, executar as ações com mais eficácia e tranqu0dlade”, disse.