As Guardas Civis Municipais de Vitória, Vila Velha e Serra são comandadas por mulheres. Dayse Barbosa, de 35 anos, Landa Marques, de 39 anos, e Laís Araújo, de 32, contam os segredos para comandar as tropas: muito estudo, esforço, liderança e trabalho em equipe.
A comandante da Guarda de Vitória, Dayse Barbosa, conta que apenas 20% dos 437 componentes do efetivo é composto por mulheres. “Tenho uma boa relação com meus pares, não caí de paraquedas. Estive em muitos momentos lado a lado com meus pares, então existe uma relação de respeito”, afirma a comandante.
Em Vila Velha, Landa Marques passou sete anos patrulhando as ruas, até aceitar o convite para comandar a Guarda. Ela afirma que passou por todos os setores da corporação e que seu preferido era o moto patrulhamento. Conta que enfrentou até troca de tiros.
Sobre seu cargo atual, Landa Marques diz que teve uma pequena resistência por parte de alguns colegas, do total de 348 do efetivo. “Teve uma resistência velada, mas nada que me atrapalhasse, me sinto muito respeitada”, afirma.
Na Serra, os 142 agentes têm a comandante Laís Araújo à frente da Guarda. “Estar à frente, em um posto de comando, mostra que nós, mulheres, conquistamos um espaço que antes era inimaginável. Que nós somos capazes de ocupar qualquer lugar”, afirma a comandante Laís Araújo.
As comandantes das guardas de Vitória, Dayse Barbosa, e de Serra, Laís Araújo, deixaram a Pedagogia e, em Vila Velha, Landa Marques abandonou a advocacia para fazer o concurso público. “Eu fiquei desmotivada com a sala de aula, quando me deparei com a realidade. Na família, tenho pessoas da área da segurança pública. Então, quando saiu o concurso, decidi fazer”, afirma Dayse Barbosa.
Mas quem pensa que o aprendizado da Pedagogia ficou enterrado no passado está totalmente enganado. “Tem muito da Pedagogia em fazer o gerenciamento de pessoas, diversas correlações nas minhas decisões”, avalia.
Laís explica que era professora e que havia poucas oportunidades de concursos na sua área. Foi então que ela fez
para a Guarda, uma área até então desconhecida. “Quando eu ingressei e conheci, eu já nem quis mais voltar para
educação. Eu me apaixonei pela área de segurança pública. Atualmente, eu já não me vejo fora da área de segurança pública. Já não me vejo mais voltando às aulas”, afirma a comandante da Guarda da Serra.
Landa conta que se formou em Direito, exerceu a advocacia por alguns meses. Mas fez o concurso da Guarda de Vila Velha e se apaixonou pela profissão. “Passei em primeiro lugar”, conta.
Independentemente de qual for o setor da vida, as comandantes das guardas de Vitória, Vila Velha e Serra são categóricas ao afirmar que: “A liderança vem com o exemplo”.
“Liderança é vinculada ao exemplo. Se quero que a tropa faça algo, tenho que ser firme e rígida, mas não deixar de lado o tratamento humanizado”, afirma a comandante da Guarda de Vila Velha, Landa Marques.
Ex-professora e comandante da Guarda Municipal de Serra, Laís Araújo, afirma que recebe o retorno positivo da população e de familiares sobre seu trabalho, inclusive nas redes sociais. “O que influencia é dar o exemplo. Na verdade, a gente sabe que a mulher consegue planejar bem. E digo até que a minha faculdade ajudou muito nesse quesito de planejamento e distribuição hoje de efetivo operacional”.
Dayse espera que outras mulheres ocupem o cargo. “Tomar decisões não é uma tarefa fácil. E quanto maior a
responsabilidade, maior o impacto de uma decisão. Estar como comandante da Guarda Civil Municipal de Vitória é uma imensa responsabilidade. Sinto-me parte desta instituição e me dedico fazendo o melhor”
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