Há oito anos, Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, decretava o armamento de agentes da Guarda Civil, tornando-se pioneira dentre as cidades mineiras a adotar a medida. Neste mês de maio, contudo, segundo a associação que representa os servidores, pelo menos 50 agentes estão indo para as ruas desarmados por falta de munição. Outra reclamação é que cartuchos vencidos impedem o uso das armas de choque. A prefeitura nega as denúncias.
Conforme o presidente da Associação dos Guardas Civis de Contagem, Arlindo Junior, a falta de munições tem impedido os agentes de conseguirem renovar a autorização para porte de arma, que deve ser feita a cada cinco anos. O exame inclui testes psicológicos e de disparo. “Não tem condição trabalharmos desarmados na segurança pública, enfrentando bandidos, que muitas vezes estão bem armados”, afirmou.
Segundo Arlindo, a situação teve início há cerca de três meses. Ele também alega que fez um encaminhamento para a prefeitura, que resultou em uma reunião há cerca de 30 dias. Na ocasião, o município teria garantido que os servidores conseguiriam renovar o porte e não enfrentariam o problema de falta de munição. Contudo, segundo a denúncia, a situação voltou a se repetir.
“No nosso entendimento, ocorreu uma falta de planejamento. Acreditamos que passou batido [despercebido] a data de compra de munição e, quando perceberam, não tinha munição suficiente para todos os teste. Mas para fazer o pedido tem que ser algo com emergência. A munição demora a chegar, por ser um material controlado. É algo simples, mas não está resolvendo”, afirmou.
Segunda a denúncia da associação, a falta de porte também impede os guardas de terem armas particulares, situação que a agente Reyla Eliza, de 39 anos, descreve como perigosa, devido à associação dos criminosos de que os guardas possuem armas. “Eu tinha arma, e agora não posso usar mais. Quero ver os bandidos acreditarem”, afirma.
Fonte: https://www.otempo.com.br